quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Exercite Autocontrole no Ministério da Palavra


EXERCITE DOMÍNIO PRÓPRIO NO MINISTÉRIO DA PALAVRA

Vejamos outra coisa que ajudará a promover a paz na assembleia. 1 Coríntios 14:26-33 diz: “Que farei, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um tem salmo, tem ensino, tem revelação, tem língua, tem interpretação; que tudo se faça para edificação. Se alguém falar em língua, não falem senão dois ou, quando muito, três, e cada um por sua vez; haja um que interprete; mas se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo e com Deus. Falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem; se for dada alguma revelação a outrem que estiver sentado, cale-se o primeiro. Pois todos, um após outro, podeis profetizar, para que todos aprendam e todos sejam exortados [encorajados – JND]. Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas, porque Deus não é Deus [Autor – KJV] de confusão, mas de paz. Como em todas as igrejas dos santos”.
O último versículo indica que Deus deseja que haja “paz” nas reuniões da assembleia, pois Ele é o “Autor” da paz. Essa passagem nos dá três coisas que regularão o exercício dos dons na assembleia e, se forem seguidos, haverá paz.
O apóstolo censurou os coríntios por causa da confusão que existia em suas reuniões. Ele mencionou que cada um deles parecia ter algo a dizer, fosse o assunto ligado ou não com o que os outros estavam falando. Todo mundo queria falar, e isso levou à confusão. Parafraseando o versículo 26, o apóstolo estava dizendo: “Como pode ser, irmãos, que em suas reuniões seja algo "aberto para todos?” Estive em reuniões que foram assim. Os irmãos, por assim dizer, tropeçavam entre si. E muitas vezes o que era dito não tinha ligação com o que os outros estavam dizendo – parecia desarticulado e confuso. Se esse tipo de coisa caracterizar nossas reuniões, como poderemos esperar que os santos que estão ouvindo entendam e se beneficiem com isso? Paulo diz-lhes: “Isso não deveria ser assim”. Mesmo que possa haver diversos irmãos participando, a reunião deve fluir suavemente.
O apóstolo segue falando do remédio para essa confusão. Primeiro há a necessidade de dar lugar à liderança do Espírito. Ele não se refere ao Espírito diretamente, mas por implicação, dizendo: “Faça-se”, “haja”, “esteja”, “fale”, etc. Ao conjugar os verbos com sujeito indeterminado ele faz uma referência à direção do Espírito na assembleia e à nossa permissão para que Ele guie e conduza. Temos que “deixá-Lo” conduzir e entender que podemos impedir a obra do Espírito na assembleia. Na verdade, sempre que temos um sujeito indeterminado nas exortações do Novo Testamento, faz-se referência à nossa responsabilidade de nos afastarmos do caminho e de não impedir que o Espírito e a nova vida em nós façam as coisas que naturalmente desejam fazer. Por exemplo, “Permaneça a caridade fraternal” (Hb 13:1). O Espírito de Deus e a nova natureza no crente querem fazer exatamente isso, mas temos que nos certificar de que não estamos impedindo que isso aconteça. Se deixarmos que o Espírito de Deus guie o ministério, haverá “paz” na assembleia.
Uma segunda coisa que regulará o ministério na assembleia é vista no versículo 32. “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”. Isso significa que aqueles que participam das reuniões devem estar sujeitos aos seus próprios espíritos. Em outras palavras, devemos exercitar domínio próprio. O “espírito” do profeta aqui não é o Espírito Santo, mas o nosso espírito humano – a parte inteligente e consciente de Deus em nosso ser. Haverá momentos na reunião em que um pouco de bom senso ou inteligência diria para você recuar, esperar e exercer domínio próprio.
Tenho visto irmãos ficarem com tanta comichão para falar que dificilmente conseguem ficar sentados em suas cadeiras! Parece que pensam que o que têm para dizer é tão importante que precisa ser dito a qualquer custo. E isso nos leva de volta ao nosso primeiro ponto que é o de ficarmos ocupados com nossa importância própria. Diz em Levítico 21 que o homem que tinha “sarna” estava desqualificado para ministrar no santuário! Fala de alguém que não pode controlar seu espírito. Invariavelmente, tais pessoas perturbam a paz da assembleia.
Isso me lembra dum homem há anos que estava se afogando no Lago Michigan. Ele estava afundando pela conhecida “terceira vez”, quando clamou ao Senhor em desespero, tendo sido salvo, não apenas do afogamento, mas também salvo de uma eternidade perdida, por meio da fé em Cristo. Ele era realmente convertido e passou a se reunir com os irmãos na assembleia de Chicago. Recém-salvo, estava cheio de zelo e ânsia de aprender a verdade e frequentemente fazia perguntas na reunião e falava coisas que muitas vezes estavam fora do contexto. Chegou ao ponto em que suas interrupções estavam sendo perturbadoras. Podemos dizer que ele estava “com sarna” para falar. Um dia, quando o irmão se levantou, o Sr. Potter (o que mais ministrava naquela assembleia) virou-se na cadeira e disse: “Irmão, acho que você precisa de mais uma afundada no lago!” O problema era que o irmão não estava exercendo domínio próprio sobre seu espírito. Se aprendermos a controlar nosso espírito no ministério, haverá “paz” na assembleia.
Uma terceira coisa que regula o ministério é: “falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (v. 29). O julgamento aqui refere-se a um julgamento administrativo da assembleia para “silenciar” uma pessoa, pelo qual sua boca é calada. A assembleia deve fazer isso se uma pessoa não estiver sujeita à liderança do Espírito e não controlar seu próprio espírito. Mostra que a assembleia tem um recurso se alguém perder o controle e participar de uma forma carnal e sem proveito.
Já ouvi falar de pessoas que usam o ministério para atirar flechas uns nos outros! Irmãos, isso é apenas a carne. Não é ministério dirigido pelo Espírito. Na realidade, é uma maneira disfarçada de brigar, só que não estamos enganando ninguém. Mesmo as pessoas mais jovens podem dizer o que está acontecendo. Este tipo de coisa deve ser interrompido e o versículo acima nos diz que a assembleia tem a autoridade para fazê-lo.

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