quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Tenha Cuidado para Não Ofender em Palavra ou Ação


TENHA CUIDADO PARA NÃO OFENDER EM PALAVRA OU AÇÃO

O Senhor prosseguiu e disse: “E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em Mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma grande pedra de moinho e que fosse lançado no mar. E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no Reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9:42-48).
Aqui, o Senhor toca em outra coisa que perturba a paz entre Seu povo – ofender com palavras ou ações. Oh! quão cuidadosos precisamos ser em tudo que dizemos e fazemos! Às vezes pensamos que se não temos intenção de causar dano, nem temos algum mau sentimento contra uma pessoa, não tem importância se dissermos algo negativo a seu respeito ou que a diminua. Muitas vezes o faríamos em forma de brincadeira, mas ainda assim isso machucará e ainda assim isso é errado.
Se verdadeiramente vivemos na presença do Senhor, aprenderemos Sua mansidão e Sua humildade. Ele disse: “aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:29). Humildade mantém o ego baixo e mansidão cede seu lugar aos outros. Humildade é um caráter, mas mansidão é uma conduta. Alguém que é manso tem o cuidado de não ofender. É por isso que muitas vezes tem sido dito, “mansidão não ofende, e humildade não se ofende”. Alguém pode falar imprudentemente com seus lábios e ofender, mas se estamos vivendo em comunhão com o Senhor, seremos humildes o suficiente para não nos ofendermos com tais comentários. “Grande paz têm os que amam a Tua lei, para eles não há tropeço [ofensa – KJV] (Sl 119:165 – ARA). No entanto, isso não nos dá licença para falar com as pessoas como quisermos.
Deus deu a cada um de nós um mostrador ou um filtro em nossas mentes que devemos usar ao interagir com os outros. Antes de abrirmos a boca, precisamos pesar o que vamos dizer no santuário de Sua presença. Você vai notar que as crianças não têm esse filtro, ou pelo menos não têm o discernimento moral para usá-lo. Elas apenas dirão o que vier à mente, e muitas vezes isso pode ser embaraçoso para seus pais. Mas quando ficamos mais velhos, nosso senso de discernimento moral começa a se desenvolver e filtramos as coisas que vêm à mente antes de deixá-las sair por nossas bocas. Aparentemente, no entanto, algumas pessoas, nunca desenvolvem isso. Elas são conhecidas por abrir suas bocas e deixar voar palavras descuidadas que deixam uma trilha de ofensa por onde passam. Precisamos orar: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios” (Sl 141:3). Provérbios 13:3 diz: “aquele que abre grandemente os seus lábios, será destruído” (AIBB). Eu observei que aqueles que têm o hábito de criticar sem pensar no que falam são os que têm menor capacidade de aceitar as críticas quando elas vêm em sua direção!
Na passagem de Marcos 9, os apóstolos podem ter pensado que estavam sendo fiéis repreendendo aquele homem que expulsava demônios, mas na realidade eles estavam ofendendo-o. Algumas pessoas pensam que podem ofender as pessoas com suas observações e rotular tal atitude como sendo fidelidade. Elas pensam que são justificadas por falar de certa maneira, porque estão a favor da justiça, mas realmente é apenas a carne agindo. Podemos estar tão ocupados com a justiça – isto é, em fazer o que é certo – que perdemos nosso foco no Senhor. Mas o Cristianismo é mais do que apenas fazer o que é certo. O princípio que governa o Cristianismo não é justiça, mas graça que reina pela [por meio da – JND] justiça (Rm 5:21), caso contrário, se entrarmos nessa disposição mental (a da justiça), o inimigo de nossas almas poderá agir para nos enganar. Em 2 Coríntios 11:14-15 nos é dito que Satanás muitas vezes age num contexto de justiça. “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça ...
Não me entendam mal; a justiça não deve ser posta de lado, mas deve ter seu próprio lugar e, se assim for, levará “paz e alegria no Espírito Santo” para a assembleia (Rm 14:17; Tg 3:18). Mas se a justiça é o nosso foco, isso levará ao legalismo e Satanás certamente trabalhará nesse contexto para nos enganar. Digo mais uma vez: a “graça” deve “reinar por meio da justiça” (JND). Quando as pessoas adotam em um padrão “demasiadamente justo” (Ec 7:16), elas se transformam em críticos de ‘poltrona’ na assembleia e acabam sendo um estorvo para si próprios. Muitas vezes, esse espírito se manifestará passando a rondar a assembleia como se fosse um policial, gritando “Ai” por tudo e por todos que não alcancem os seus padrões.
Eu conheci um irmão jovem (que não está mais entre nós) que, por ser novo na assembleia não tinha convivido muito conosco, mas já tinha tido um confronto com quase todas as pessoas na reunião. Que testemunho vergonhoso! Se bem me lembro, ele sempre foi mais justo do que o resto de nós. Ao longo dos anos muitos foram enganados dessa forma, pois pensam que estão fazendo o certo, mas estão apenas buscando problemas, embora não percebam isso, pois pensam que são melhores do que seus irmãos. Eu ouso dizer que esse é um terreno perigoso para se estar.
Houve milhares que tropeçaram na pedra da justiça. Tivemos um irmão que deixou a assembleia por Deus! Em sua mente, ele tinha que sair, caso contrário, pensava estar desapontando o Senhor! Ele acreditava que era a única coisa certa a fazer; mas estava certo? Claro que não! Estar ocupado com a justiça pode se tornar um engano. Pensem em todos aqueles que partiram por causa das divisões nos últimos 150 anos. Eles fizeram o que fizeram porque pensavam que estavam sendo fiéis e ao lado de Deus. Eu lhes digo: se o Senhor não for o nosso foco e tivermos apenas a justiça diante de nós, em vez de ter a Ele, poderemos ser enganados pelo inimigo. Precisamos ter cuidado com isso, irmãos.
Como remédio para a ofensa o Senhor estabeleceu um princípio universal que pode ser aplicado a santos ou pecadores. Ele disse: “Se a tua mão te ofender, corta-a”. Ele disse o mesmo para o nosso “pé” e para o nosso “olho”. É claro que estava falando figurativamente. A questão é que tudo o que estamos fazendo com nossa “mão” ou “pé” ou “olho” que esteja ofendendo as pessoas e estragando nosso testemunho, por mais prezados que esses membros possam ser, devemos desistir deles. Em outras palavras, devemos praticar o julgamento próprio.
Para concluir as orientações acima, o Senhor tratou o estado de alma de Seus discípulos (vs. 49-50), o que se fez necessário para a implementação dessas coisas em suas vidas. Ele disse: “Tende sal em vós mesmos e paz, uns com os outros” (Mc 9:50). O sal nas Escrituras é uma figura da energia da devoção pessoal ao Senhor. Se houver real devoção de coração ao Senhor em nós, estaremos em um estado correto de alma, desejando somente Sua glória. Consequentemente, não seremos uma fonte de problemas entre nossos irmãos. Isso significa que alcançar uma condição de paz entre os irmãos começa por nós mesmos! Precisamos desenhar um círculo ao redor de nós mesmos e começar por aí. Se mantivermos nossa devoção ao Senhor (tendo “sal” em nós mesmos), estaremos em paz conosco e em paz com nossos irmãos. Um homem que não está em paz consigo mesmo não estará propenso a ter paz com os outros. Então seremos como Aser, que mergulhou seu pé em óleo e agradou a seus irmãos (Dt 33:24). O óleo é um tipo do Espírito Santo, e nossos pés falam do nosso andar. Essa é uma figura de alguém andando no Espírito. Se estamos fazendo isso, vamos manter o passo com nossos irmãos, como os homens de Zebulom que puderam “manter o posto” (1 Cr 12:33 – JND). Então seremos pacificadores e não perturbadores.
“Salgado com fogo” (Mc 9:49a) é uma referência à vida do crente como um sacrifício misturado com o julgamento próprio. “Fogo” é uma figura de julgamento. “Salgado com sal” (v. 49b) é uma referência à vida do crente como um sacrifício oferecido com uma garantia de inalterável devoção a Deus, uma aliança, por assim dizer, que não podemos voltar atrás. (Compare Nm 18:19).

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